quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Momento de decisão

O IBGE divulgou amplamente na semana passada o resultado da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, realizada em 2008. Um dos dados mais importantes foi o fato de que praticamente metade dos brasileiros ainda vive sem rede coletora de esgoto. A situação fica mais complicada nos estados mais pobres, como por exemplo o Piauí, que tem apenas 4,5% dos seus municípios com saneamento básico. Mesmo aqui no Sudeste, região mais rica do país, os números não são muito animadores: no Rio, só 49,2% das moradias possuem rede de esgoto.

Nesta mesma semana, o banco Goldman Sachs anunciou previsões para as próximas décadas em que o Brasil salta da oitava para quinta maior economia do mundo. Em tempos de acirrada disputa eleitoral, cabe aos cidadãos lembrarem destas informações – que representam tão bem a nossa ainda enorme desigualdade social – na hora de apertar o botão verde na urna eletrônica e decidir qual será o futuro de nosso país.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Os dois lados da moeda

Começamos a semana com a triste notícia de um grande vazamento de óleo na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Ver as fotos do mar transparente tingido de negro nos faz lembrar a importância da preservação do meio ambiente nas áreas de grande exploração de petróleo em águas profundas e de seus perigos – que se escondem não apenas na extração e nas plataformas, mas também no transporte em navios.

Ao mesmo tempo, especialistas calculam que a exploração nas camadas do pré-sal deve trazer cerca de 20 bilhões de dólares em investimentos, sendo o Rio um dos lugares que mais irá se beneficiar. Portos, estaleiros, aeroportos e outras atividades ligadas à indústria petrolífera receberão uma injeção de dinheiro como há muito não se via.

Na previsão mais otimista, todos estes investimentos – sejam privados ou públicos – darão ao estado a oportunidade de um grande desenvolvimento econômico e deixa como legado uma infraestrutura apropriada para dar continuidade a esse crescimento no futuro. Mas, mesmo sabendo que a Petrobras está mais do que preparada, devemos lembrar que há numerosas outras empresas atuando na costa brasileira e não podemos descartar o risco ambiental que uma exploração abaixo da superfície marinha pode trazer, além dos impactos nas cidades, estradas e na poluição atmosférica.

Neste contexto, devemos aguardar sabedoria dos governos em todas as esferas para aproveitar este momento tão importante para o estado, e também um rigor ímpar nas fiscalizações, com destaque para os órgãos reguladores. A maior beneficiada da transformação que está por vir deve ser sempre, acima de qualquer outra, a sociedade.
 
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