Nesta semana, um acidente num dos pontos turísticos mais queridos pelos cariocas, patrimônio histórico da cidade, expôs as sérias consequências que o mau planejamento do transporte urbano pode ter para os cidadãos. A morte de uma jovem em um acidente envolvendo o bondinho de Santa Teresa, um táxi e um ônibus não foi uma fatalidade. Ele aconteceu por falta de planejamento e de fiscalização.
Há um ano os bondes foram reformados. No entanto, os moradores do bairro, usuários frequentes do serviço, reivindicavam a volta dos antigos carros, pois não se sentiam seguros no novo modelo. Há relatos de pequenos acidentes neste período, mas nenhuma ação foi tomada.
O trajeto dos bondes em Santa Teresa é feito em mão dupla pela estreitas ruas do bairro. Além disso, as ladeiras são muito íngremes. Por isso, um sistema de freios usado internacionalmente – como alega a empresa TTrand, responsável pelos bondes – não basta para garantir a segurança dos usuários. Esses componentes exigem um projeto específico e é responsabilidade do governo local fiscalizar se isso está sendo feito. As informações que chegaram até nós indicam que o sistema de freios, mal localizado no modelo atual, foi atingido pelo táxi, e o bonde, mesmo travado, escorregou na íngreme ladeira.
Após o acidente, a Prefeitura do Rio decidiu assumir a gestão dos bondes, no lugar da Secretaria Estadual de Transportes. A medida só será positiva se a nova gestão não se responsabilizar apenas pelo ônus monetário da questão. É preciso um novo planejamento de trânsito, que leve em consideração os diversos fatores específicos de Santa Teresa, para garantir segurança aos cidadãos do bairro e turistas que visitam o belo local.
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