sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Acidente em Santa Teresa não foi fatalidade

Nesta semana, um acidente num dos pontos turísticos mais queridos pelos cariocas, patrimônio histórico da cidade, expôs as sérias consequências que o mau planejamento do transporte urbano pode ter para os cidadãos. A morte de uma jovem em um acidente envolvendo o bondinho de Santa Teresa, um táxi e um ônibus não foi uma fatalidade. Ele aconteceu por falta de planejamento e de fiscalização.

Há um ano os bondes foram reformados. No entanto, os moradores do bairro, usuários frequentes do serviço, reivindicavam a volta dos antigos carros, pois não se sentiam seguros no novo modelo. Há relatos de pequenos acidentes neste período, mas nenhuma ação foi tomada.

O trajeto dos bondes em Santa Teresa é feito em mão dupla pela estreitas ruas do bairro. Além disso, as ladeiras são muito íngremes. Por isso, um sistema de freios usado internacionalmente – como alega a empresa TTrand, responsável pelos bondes – não basta para garantir a segurança dos usuários. Esses componentes exigem um projeto específico e é responsabilidade do governo local fiscalizar se isso está sendo feito. As informações que chegaram até nós indicam que o sistema de freios, mal localizado no modelo atual, foi atingido pelo táxi, e o bonde, mesmo travado, escorregou na íngreme ladeira.

Após o acidente, a Prefeitura do Rio decidiu assumir a gestão dos bondes, no lugar da Secretaria Estadual de Transportes. A medida só será positiva se a nova gestão não se responsabilizar apenas pelo ônus monetário da questão. É preciso um novo planejamento de trânsito, que leve em consideração os diversos fatores específicos de Santa Teresa, para garantir segurança aos cidadãos do bairro e turistas que visitam o belo local.

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