Pela primeira vez no Brasil, o Fórum Urbano Mundial das Nações Unidas, encerrado no último dia 26, foi uma grande mesa de debates a respeito de um dos problemas mais urgentes enfrentados no mundo de hoje: a urbanização desordenada e seus impactos políticos, ambientais e econômicos na sociedade. O tema do evento deste ano, em sua quinta edição, foi “O direito à cidade: unindo o urbano dividido”.
O assunto é amplo e especialmente sensível aos moradores do lugar que recebeu a já famosa alcunha, dada pelo jornalista Zuenir Ventura, de “cidade partida”. O Rio que conhecemos hoje enfrenta sérios problemas de urbanização, vide a favelização crescente, diretamente relacionada a outras questões, como a ambiental (despejo de lixo em encostas, desabamentos; desmatamento, etc) e a de infraestrutura (a falta de transporte público eficiente e os recentes problemas enfrentados pela população no abastecimento de luz e água).
Esta mesma cidade partida, eleita para receber a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, precisa se reinventar a tempo das competições. E o Crea-RJ é uma das entidades que fazem fiscalizações preventivas nos estádios esportivos. Na mesa “Desafios brasileiros para a Copa do Mundo de 2014”, pude dar a minha contribuição para o tema, afirmando que o nosso grande obstáculo para a concretização de todas as ações que precisam ser feitas é a falta de planejamento. Mas, se conseguirmos mudar essa nossa postura, a festa esportiva será um excelente momento para transformar a infraestrutura da cidade de forma sustentável e também trazer oportunidades de investimento e emprego.
Precisamos contar não só com as instituições, que devem ser fortalecidas, mas também com a sociedade civil, que deve participar do processo, inserida em decisões estratégicas, como orçamentos, planos diretores, projetos de larga escala, megaeventos, melhorias de áreas degradadas e a preservação do meio ambiente. Desta forma, construiremos uma cidade, e por que não dizer, um país melhor e mais digno.
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