O mundo celebrou na última segunda-feira o Dia Mundial da Água, quando foi mais uma vez lembrada a importância de se preservar este bem tão precioso. Segundo relatório divulgado na data pelas Nações Unidas, a água poluída mata mais do que a violência em todo o mundo. Nem as guerras fazem tantas vítimas quanto as doenças decorrentes do contato com água contaminada.
De acordo com o documento, os principais vilões são a falta de tratamento do esgoto, despejado em rios e mares in natura, principalmente nos países em desenvolvimento, além da poluição industrial, dos pesticidas agrícolas e dos resíduos animais. Todos esses venenos matam milhares de crianças e geram terríveis impactos ambientais, prejudicando a biodiversidade.
A disputa pela água foi uma das razões que deflagraram a Guerra dos Seis Dias, que envolveu a Síria, o Egito e a Jordânia contra Israel, em 1967. E, volta e meia, surge como pretexto para ameaças entre os países do Oriente Médio. Naquele árido pedaço do mundo, onde a água é escassa e vale tanto quanto o petróleo, o controle dos reservatórios é peça importante na geopolítica. E, quanto mais o tempo passa, essa importância aumentará, uma vez que a água é um recurso natural, que se escasseia cada vez mais em muitas regiões do planeta.
O Brasil tem uma posição bastante privilegiada quando falamos desta riqueza. Somos donos de um dos maiores reservatórios de água potável do mundo, o que pode trazer para o nosso país muitos benefícios e também conflitos. É preciso traçar estratégias não somente no que tange à preservação dos nossos rios e do oceano que banha nosso vasto litoral, mas também produzir campanhas consistentes contra o desperdício de água e estabelecer metas agressivas para que o saneamento básico atinja a totalidade da população. Também é necessário fiscalizar quais impactos o nosso modelo energético, baseado em hidrelétricas, traz para a distribuição de água ao desviar o curso de rios e construir barragens. Mais uma vez, o tempo é curto e as medidas a serem tomadas são muitas.
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