O fracasso da cúpula do clima em Copenhague, ano passado, levou o principal articulador da ONU, o diplomata Yvo de Boer, a renunciar de seu cargo este mês, o que foi notícia em todos os principais jornais do país e do mundo. Aos olhos de uns, pode parecer apenas uma mera dança interna de cadeiras, mas ela nos leva a refletir a respeito da posição que os países vêm tomando em relação às urgentes ações que necessitam discutir para os rumos do planeta.
Um dos principais assuntos que precisam ser abordados neste debate global é a questão das matrizes energéticas. Hoje, no Brasil, vemos uma calorosa discussão a respeito da construção da usina de Belo Monte, no Pará, que deverá ser a terceira maior do mundo, perdendo apenas para a monumental Três Gargantas, na China, e a de Itaipu, divida entre nós e o Paraguai. Ainda passando pelos trâmites burocráticos, o projeto já conseguiu uma licença prévia do Ibama, o que gerou críticas por parte de alguns ambientalistas. Belo Monte será alimentada pelo rio Xingu e sua criação deve alterar o curso de alguns de seus afluentes, afetando um grande número de comunidades indígenas e ribeirinhas.
Há quem diga que o país é dependente demais das hidrelétricas. Após o recente episódio do blecaute que atingiu cerca de dez estados, em novembro de 2009, a discussão sobre novas alternativas de energia tornou-se ainda mais importante, e certamente irá pautar os embates eleitorais este ano. É preciso pensar sobre novos modelos o quanto antes, uma vez que a capacidade de desenvolvimento do país está diretamente ligada a questões de infraestrutura como esta. O que é fundamental estar na pauta, no entanto, é que este desenvolvimento deve estar, sempre, aliado à sustentabilidade. O planeta agradece e as futuras gerações também.
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