segunda-feira, 19 de julho de 2010

Prioridades

O governo divulgou esta semana o edital para a licitação do trem-bala, que deverá ligar o Rio de Janeiro a São Paulo e Campinas, passando pelos principais aeroportos do país. A obra, orçada em cerca de R$ 33 bilhões, precisa ficar pronta a tempo do início dos Jogos Olímpicos de 2016. No edital, o governo exige que parte da tecnologia empregada pelo consórcio vencedor seja brasileira, e que o percentual da utilização aumente ao longo do tempo de concessão - quem vencer o leilão irá não somente construir, mas operar o trem-bala pelos próximos 30 anos.

A construção de um Trem de Alta Velocidade (TAV) tem uma série de vantagens. Uma delas é o fato de interligar os aeroportos de mais movimento do Brasil e, com as estações intermediárias nos estados do Rio e de São Paulo, levar desenvolvimento a regiões intermediárias. Os principais países desenvolvidos do mundo possuem este modelo de transporte, que é uma alternativa mais barata à aviação, por exemplo. A previsão é de que o preço médio da passagem econômica seja de R$ 199, e a duração da viagem deve ser de cerca de uma hora e meia.

O alto valor do investimento e a quantia considerável de dinheiro público – o BNDES irá financiar quase R$ 20 bilhões – nos fazem refletir sobre a importância de uma fiscalização séria de uma obra como esta, e também da necessidade crescente de investimentos no transporte público. Quanto mais as metrópoles crescem, mais é preciso pensar em alternativas que privilegiem o coletivo, sob pena de, em poucos anos, nossas maiores cidades entrarem em colapso. Transporte individual é sinônimo de conforto para poucos, poluição e congestionamento; pensar em transporte coletivo é pensar em organização, sustentabilidade e conforto para muitos, com consequente desenvolvimento econômico e social.

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