Foi comemorado, na última quarta-feira, o Dia Mundial Sem Carro. Trata-se de uma iniciativa global criada na França, em 1998, em que várias cidades do mundo estimulam seus habitantes a deixarem os veículos na garagem em prol do meio ambiente. Apesar do aparente fracasso, já que, além da proibição de estacionar em algumas ruas do Centro do Rio, não foi detectada uma redução significativa na quantidade de carros nas ruas, a data serve para nos lembrar a importância cada vez maior da racionalização do trânsito e do investimento maciço em transporte público.
Afinal, de que adianta incentivar o uso de bicicleta para os afazeres diários se não há ciclovias suficientes, que interliguem a orla aos demais espaços da cidade, muito menos bicicletários seguros para os que já aderiram? Como pedir para as pessoas deixarem o carro em casa se o nosso transporte de massa é precário, sem rapidez e sem conforto? As linhas do metrô trafegam sobrecarregadas e possuem uma malha pouco inteligente e integrada, encarecendo o percurso. Os trens continuam sem conforto, lotados, com estações precárias. Quanto aos ônibus, nem se fala. Responsáveis por levar a esmagadora maioria dos passageiros numa cidade tropical e engarrafada, são o sinônimo de que o Rio continua refém do atraso na área de transportes.
Os brasileiros, em geral, acham que carro é sinônimo de status. É preciso mudar essa mentalidade e fazer a população compreender que uma cidade melhor é uma cidade que aposta em transporte coletivo eficiente e confortável, como numerosos casos de sucesso já demonstraram nas metrópoles mundo afora. É hora de batalharmos mais por isso.
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