Quem nunca teve a sensação de estar perdendo um valioso tempo do seu dia ao ficar preso no trânsito durante a ida para o trabalho ou na volta para casa? Infelizmente, no Rio de Janeiro esta é uma realidade para quase todos. E, o mais alarmante: a situação vai piorar.
Enquanto a economia deve comemorar o contínuo aquecimento do mercado imobiliário carioca, quem precisa circular pela cidade deve se preparar para uma verdadeira via-crúcis nas ruas da cidade. É que os empreendimentos que estão sendo lançados recentemente, apesar de aumentarem significativamente o tráfego em áreas já complicadas com a adição de carros de novos moradores, não incluem em seu planejamento ações para minimizar esses efeitos negativos.
No bairro de Botafogo, por exemplo, campeão em novos empreendimentos imobiliários, as ruas São Clemente, Voluntários da Pátria e Mena Barreto, ficam intransitáveis no fim do dia. Mesmo assim, novos prédios estão em construção na área.
No Leblon, agora mesmo se noticiou que dois casarões antigos serão postos a baixo para darem lugar a prédios residenciais. Em Jacarepaguá, outra área em franco crescimento residencial, a Estrada dos Três Rios, a Rua Geremário Dantas e a Avenida Nelson Cardoso já se encontram com trânsito saturado. Isso para não falar das viagens e engarrafamentos entre a Baixada Fluminense e o Rio ou entre a Barra da Tijuca e o centro da cidade.
A construção civil é, sem dúvida, uma área importantíssima de nossa economia e seu bom andamento é benéfico à cidade. No entanto, o planejamento de qualquer novo empreendimento deve incluir aspectos ambientais, sociais e também de trânsito de pessoas e carros. De nada adiantará possuir belas casas de onde não se conseguirá sair ou onde não se conseguirá chegar, nos momentos mais importantes, devido a um trânsito caótico. A engenharia civil e a arquitetura precisam, nestes casos, se conjugar com a engenharia de tráfego.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Pedestres em perigo
Já falei por aqui dos perigos que os pedestres correm diariamente nas calçadas de nossas cidades. Infelizmente, estes não são os únicos riscos. As passarelas, criadas para garantir maior segurança a eles, muitas vezes acabam se tornando ameaças.
Neste momento, por exemplo, é possível verificar que uma passarela do Aterro do Flamengo, na altura da Marina da Glória, encontra-se rachada, representando um risco tanto para os pedestres que vierem a utilizá-la para travessia quanto para os carros que trafegam na via. Os danos foram causados por um acidente com um caminhão que, desrespeitando o limite de altura, ficou entalado na passarela.
Em outros pontos da cidade é possível encontrar outros perigos. Nas passarelas da Avenida Brasil, na Zona Oeste da cidade, os pedestres têm que disputar espaço com bicicletas que ficam estacionadas ao longo da passagem e até com motociclistas que trafegam motorizados pelas passarelas para encurtar o retorno na Avenida. Este tipo de conduta desestimula o uso da passarela pelos pedestres, estimulando-os a se arriscar em travessias irregulares.
Para que as passarelas cumpram seu papel de prover segurança aos pedestres é preciso manter em funcionamento o princípio básico da segurança no trânsito que torna o maior responsável pelo menor. Assim, o governo precisa realizar a manutenção estrutural, conservando as passarelas em boas condições de uso e reparando-as quando danificadas em acidentes, caso da passarela do Aterro. Por outro lado, também precisa intensificar a fiscalização sobre os veículos de grande porte que comumente desrespeitam os limites de altura permitidos. Desta forma, os pedestres, os menores e mais vulneráveis componentes do trânsito, poderão se sentir mais seguros.
Neste momento, por exemplo, é possível verificar que uma passarela do Aterro do Flamengo, na altura da Marina da Glória, encontra-se rachada, representando um risco tanto para os pedestres que vierem a utilizá-la para travessia quanto para os carros que trafegam na via. Os danos foram causados por um acidente com um caminhão que, desrespeitando o limite de altura, ficou entalado na passarela.
Em outros pontos da cidade é possível encontrar outros perigos. Nas passarelas da Avenida Brasil, na Zona Oeste da cidade, os pedestres têm que disputar espaço com bicicletas que ficam estacionadas ao longo da passagem e até com motociclistas que trafegam motorizados pelas passarelas para encurtar o retorno na Avenida. Este tipo de conduta desestimula o uso da passarela pelos pedestres, estimulando-os a se arriscar em travessias irregulares.
Para que as passarelas cumpram seu papel de prover segurança aos pedestres é preciso manter em funcionamento o princípio básico da segurança no trânsito que torna o maior responsável pelo menor. Assim, o governo precisa realizar a manutenção estrutural, conservando as passarelas em boas condições de uso e reparando-as quando danificadas em acidentes, caso da passarela do Aterro. Por outro lado, também precisa intensificar a fiscalização sobre os veículos de grande porte que comumente desrespeitam os limites de altura permitidos. Desta forma, os pedestres, os menores e mais vulneráveis componentes do trânsito, poderão se sentir mais seguros.
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Não é um bom exemplo
Esta semana, após 30 anos de espera, a Barra da Tijuca finalmente teve sua Estação de Tratamento de Esgoto inaugurada. Com investimentos que vão chegar a R$ 600 milhões até a conclusão do projeto, a ETE finalmente saiu do papel graças ao esforço do governo para cumprir os compromissos assumidos com o Comitê Olímpico Internacional para a escolha do Rio como sede dos Jogos de 2016.
Por um lado, temos que ressaltar tanto o efeito benéfico da vinda do evento esportivo para o Rio – gerando pressão para que os projetos sejam realizados – quanto a responsabilidade do governo em cumprir suas promessas. Por outro lado, é preciso lembrar que, infelizmente, a ETE inaugurada no último dia 5 encontrará um cenário muito mais degradado do que o verificado em seu primeiro projeto, ainda na década de 80.
É preciso mudar a política do poder público, que remedia o problema ao invés de solucioná-lo em definitivo. Era mais do que urgente e necessário que a Barra tivesse uma ETE para reverter os danos às lagoas de Jacarepaguá, Tijuca, Camorim e Marapendi. Mas o correto e ambientalmente responsável é que isso tivesse acontecido antes da degradação. Por se tratar de uma política de contenção de danos, tal fato não deve servir de exemplo, sobretudo se considerarmos que a ETE poderia realmente estar pronta há muitos anos. Busquemos, em vez disso, trabalhar com ações sustentáveis e de prevenção para que esta realidade não se perpetue e continue sendo uma reivindicação ainda daqui a outros 30 anos.
Por um lado, temos que ressaltar tanto o efeito benéfico da vinda do evento esportivo para o Rio – gerando pressão para que os projetos sejam realizados – quanto a responsabilidade do governo em cumprir suas promessas. Por outro lado, é preciso lembrar que, infelizmente, a ETE inaugurada no último dia 5 encontrará um cenário muito mais degradado do que o verificado em seu primeiro projeto, ainda na década de 80.
É preciso mudar a política do poder público, que remedia o problema ao invés de solucioná-lo em definitivo. Era mais do que urgente e necessário que a Barra tivesse uma ETE para reverter os danos às lagoas de Jacarepaguá, Tijuca, Camorim e Marapendi. Mas o correto e ambientalmente responsável é que isso tivesse acontecido antes da degradação. Por se tratar de uma política de contenção de danos, tal fato não deve servir de exemplo, sobretudo se considerarmos que a ETE poderia realmente estar pronta há muitos anos. Busquemos, em vez disso, trabalhar com ações sustentáveis e de prevenção para que esta realidade não se perpetue e continue sendo uma reivindicação ainda daqui a outros 30 anos.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Dia do Meio Ambiente
O dia 5 de junho é reservado para o Meio Ambiente. No entanto, não podemos dizer que neste dia celebramos o tema. Pelo contrário, ano após ano temos que adicionar novos problemas e alertas à extensa lista de agressões contra a saúde do ar, da água, do solo e de nossa fauna e flora. Infelizmente, não temos anunciado soluções de grande escala nesta área.
Dentro do rol de questões críticas, esse ano precisamos destacar a água. Temos visto inúmeros “desastres naturais”, como inundações e estiagens, que não são resultado apenas do aquecimento global (que requer respostas locais e internacionais), mas também derivam da degradação das nossas bacias hidrográficas: uma responsabilidade nossa, dos brasileiros. Precisamos atentar para o tratamento dos efluentes nos mares e lagoas, para a conservação das nascentes dos rios e para o uso consciente da água potável.
É preciso que o tema seja tratado urgentemente sob a ótica do desenvolvimento sustentável, com políticas públicas que permitam a realização das atividades produtivas, mas que não nos privem dos recursos naturais essenciais para o nosso futuro. Diante desta grave situação, é necessária uma ação de alto impacto imediato, mas também precisamos de um tratamento de caráter permanente.
Que este 5 de junho seja o marco desta mudança na política ambiental brasileira.
Dentro do rol de questões críticas, esse ano precisamos destacar a água. Temos visto inúmeros “desastres naturais”, como inundações e estiagens, que não são resultado apenas do aquecimento global (que requer respostas locais e internacionais), mas também derivam da degradação das nossas bacias hidrográficas: uma responsabilidade nossa, dos brasileiros. Precisamos atentar para o tratamento dos efluentes nos mares e lagoas, para a conservação das nascentes dos rios e para o uso consciente da água potável.
É preciso que o tema seja tratado urgentemente sob a ótica do desenvolvimento sustentável, com políticas públicas que permitam a realização das atividades produtivas, mas que não nos privem dos recursos naturais essenciais para o nosso futuro. Diante desta grave situação, é necessária uma ação de alto impacto imediato, mas também precisamos de um tratamento de caráter permanente.
Que este 5 de junho seja o marco desta mudança na política ambiental brasileira.