Esta semana, após 30 anos de espera, a Barra da Tijuca finalmente teve sua Estação de Tratamento de Esgoto inaugurada. Com investimentos que vão chegar a R$ 600 milhões até a conclusão do projeto, a ETE finalmente saiu do papel graças ao esforço do governo para cumprir os compromissos assumidos com o Comitê Olímpico Internacional para a escolha do Rio como sede dos Jogos de 2016.
Por um lado, temos que ressaltar tanto o efeito benéfico da vinda do evento esportivo para o Rio – gerando pressão para que os projetos sejam realizados – quanto a responsabilidade do governo em cumprir suas promessas. Por outro lado, é preciso lembrar que, infelizmente, a ETE inaugurada no último dia 5 encontrará um cenário muito mais degradado do que o verificado em seu primeiro projeto, ainda na década de 80.
É preciso mudar a política do poder público, que remedia o problema ao invés de solucioná-lo em definitivo. Era mais do que urgente e necessário que a Barra tivesse uma ETE para reverter os danos às lagoas de Jacarepaguá, Tijuca, Camorim e Marapendi. Mas o correto e ambientalmente responsável é que isso tivesse acontecido antes da degradação. Por se tratar de uma política de contenção de danos, tal fato não deve servir de exemplo, sobretudo se considerarmos que a ETE poderia realmente estar pronta há muitos anos. Busquemos, em vez disso, trabalhar com ações sustentáveis e de prevenção para que esta realidade não se perpetue e continue sendo uma reivindicação ainda daqui a outros 30 anos.
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