Esta semana, uma polêmica esquentou ainda mais a discussão sobre a questão do lixo no estado do Rio de Janeiro. A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, anunciou a proibição da venda de coco verde nas areias cariocas, dando como justificativa o acúmulo de lixo nas praias da cidade, já que as cascas do coco representam 60% do volume diário de resíduos recolhido nas areias.
Apesar de já ter voltado atrás na decisão, a Prefeitura levantou novamente o debate sobre a produção e descarte de resíduos, visto que os aterros sanitários existentes, em especial o de Gramacho, já estão funcionando muito além de suas capacidades e por enquanto não existem alternativas eficientes para resolver o problema.
Independente de qualquer cenário, o coco verde não pode ser apontado como o único responsável pelo excesso de lixo nos aterros. É bom lembrar que, além de ser um alimento saudável, a fibra do coco pode ter usos diversos e cada vez mais rentáveis, se fizer parte de um bom programa de coleta seletiva. Além disso, existem muitos outros produtos que geram resíduos não biodegradáveis e que são muito mais nocivos ao meio ambiente, como as garrafas pet, os copos de plástico, os pacotes de biscoito, entre outros.
Desde o início de 2006, o Aterro de Gramacho está em situação de risco geológico, que se agrava a cada dia. A poluição e degradação do meio ambiente causadas pelos lixões afetam diretamente a qualidade de vida dos moradores da região e contribuem para a disseminação de doenças.
A solução para o problema do lixo ainda está longe de ser alcançada, mas é possível amenizar os estragos no meio ambiente e na saúde das pessoas com uma gestão mais eficiente desses resíduos. Mudanças profundas de atitudes e de educação ambiental reduziram enormemente a presença de resíduos e a poluição em muitas cidades e metrópoles em todo o mundo. A ampliação dos programas de coleta seletiva e reciclagem pode ser o primeiro passo para a mudança desse cenário no Rio, que também depende, e muito, do comportamento da própria população.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Problemas antecipados
As famosas “chuvas de verão” chegaram mais cedo ao Rio de Janeiro. Os sucessivos temporais das últimas duas semanas causaram estragos na capital, na Baixada Fluminense e em muitas outras cidades do estado. Na estrada Rio-Teresópolis, um deslizamento de terra matou três pessoas da mesma família. Em Belford Roxo, Duque de Caxias, Três Rios e Tanguá, o excesso de chuva deixou muitas pessoas desabrigadas.
Volta a dizer aqui neste blog que esses problemas, cada vez mais precoces, são agravados por algumas situações que todos já conhecem: a ocupação desordenada do solo, a falta de saneamento básico, o despejo irregular de lixo, o desmatamento das encostas, a impermeabilização permanente das áreas urbanas, a falta de obras de drenagem, as obras de engenharia equivocadas, e que não levam em conta o meio ambiente, entre outros.
E não são apenas os centros urbanos que sofrem com as chuvas. O campo também vem sendo bastante castigado nos últimos anos. Além das enchentes no interior do estado que já destruíram plantações inteiras, os temporais também alagam as estradas, dificultando o escoamento de produtos. Tudo isso afeta os produtores e prejudica o agronegócio no estado.
A solução imediata e definitiva para as conseqüências da chuva é um desafio. Sabemos que os fenômenos naturais não podem ser evitados, mas as suas conseqüências para, nós, cidadãos, podem, sim, ser amenizadas com ações importantes, como a realização de obras de engenharia adequadas e a recuperação da cobertura vegetal das encostas e das regiões por onde passam os rios, os riachos e os canais. Um plano de macro e micro-drenagem só funcionará se for feito tendo por base as bacias e, principalmente, as micro-bacias hidrográficas que implicam, em muitos casos, diversos municípios simultaneamente.
Os projetos precisam sair do papel, pois as catástrofes não esperam e não marcam data. E não é só. As pessoas também precisam ter em mente que os alagamentos têm relação direta com as atividades humanas. Por isso, também cabe a cada um de nós vigiar as próprias ações para evitar prejuízos e tragédias.
Volta a dizer aqui neste blog que esses problemas, cada vez mais precoces, são agravados por algumas situações que todos já conhecem: a ocupação desordenada do solo, a falta de saneamento básico, o despejo irregular de lixo, o desmatamento das encostas, a impermeabilização permanente das áreas urbanas, a falta de obras de drenagem, as obras de engenharia equivocadas, e que não levam em conta o meio ambiente, entre outros.
E não são apenas os centros urbanos que sofrem com as chuvas. O campo também vem sendo bastante castigado nos últimos anos. Além das enchentes no interior do estado que já destruíram plantações inteiras, os temporais também alagam as estradas, dificultando o escoamento de produtos. Tudo isso afeta os produtores e prejudica o agronegócio no estado.
A solução imediata e definitiva para as conseqüências da chuva é um desafio. Sabemos que os fenômenos naturais não podem ser evitados, mas as suas conseqüências para, nós, cidadãos, podem, sim, ser amenizadas com ações importantes, como a realização de obras de engenharia adequadas e a recuperação da cobertura vegetal das encostas e das regiões por onde passam os rios, os riachos e os canais. Um plano de macro e micro-drenagem só funcionará se for feito tendo por base as bacias e, principalmente, as micro-bacias hidrográficas que implicam, em muitos casos, diversos municípios simultaneamente.
Os projetos precisam sair do papel, pois as catástrofes não esperam e não marcam data. E não é só. As pessoas também precisam ter em mente que os alagamentos têm relação direta com as atividades humanas. Por isso, também cabe a cada um de nós vigiar as próprias ações para evitar prejuízos e tragédias.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Os problemas com a chegada do verão
O apagão desta semana pegou todos de surpresa e causou muitos transtornos em várias regiões do país. Mas, independente de qualquer caso isolado, o Rio de Janeiro já vinha sofrendo nos últimos dias com as conseqüências das altas temperaturas. Mesmo ainda estando na primavera, já tivemos muitos sinais dos problemas que os cariocas poderão enfrentar com a chegada do verão.
No último fim de semana, cerca de 30 bairros na cidade ficaram sem energia elétrica. A Light creditou o fato ao aumento do consumo de energia. Além disso, a queda de um raio na estação do Guandu paralisou o sistema da Cedae, deixando muitas casas sem água. A chuva que atingiu a cidade esta semana também prejudicou a rotina dos cariocas, causando enchentes, desabamentos e muitos transtornos no trânsito.
Os problemas recentes mostram que a cidade - sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 - ainda não está preparada para lidar com um fator bem comum à sua rotina: o calor. Se as altas temperaturas chegam todos os anos no mesmo período, não podemos aceitar a imprevidência de nossos gestores. A cidade precisa estar pronta para qualquer mudança brusca do clima. Por isso, é inviável esperar a chegada da estação mais quente do ano para tomar as providências necessárias. Afinal, calor sem água ou sem energia é uma situação muito difícil.
Entretanto, nunca é demais lembrar que, se por um lado, a população pode e deve cobrar os seus direitos junto aos órgãos públicos, por outro, também precisa fazer a sua parte quando o assunto é a preservação do meio ambiente e de seus bens naturais. Afinal, independente dos problemas que traz à reboque, o verão também nos faz refletir sobre o aumento excessivo da temperatura, provocado, em grande parte, pelo aquecimento global, conseqüência de um comportamento equivocado dos próprios seres humanos.
No último fim de semana, cerca de 30 bairros na cidade ficaram sem energia elétrica. A Light creditou o fato ao aumento do consumo de energia. Além disso, a queda de um raio na estação do Guandu paralisou o sistema da Cedae, deixando muitas casas sem água. A chuva que atingiu a cidade esta semana também prejudicou a rotina dos cariocas, causando enchentes, desabamentos e muitos transtornos no trânsito.
Os problemas recentes mostram que a cidade - sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 - ainda não está preparada para lidar com um fator bem comum à sua rotina: o calor. Se as altas temperaturas chegam todos os anos no mesmo período, não podemos aceitar a imprevidência de nossos gestores. A cidade precisa estar pronta para qualquer mudança brusca do clima. Por isso, é inviável esperar a chegada da estação mais quente do ano para tomar as providências necessárias. Afinal, calor sem água ou sem energia é uma situação muito difícil.
Entretanto, nunca é demais lembrar que, se por um lado, a população pode e deve cobrar os seus direitos junto aos órgãos públicos, por outro, também precisa fazer a sua parte quando o assunto é a preservação do meio ambiente e de seus bens naturais. Afinal, independente dos problemas que traz à reboque, o verão também nos faz refletir sobre o aumento excessivo da temperatura, provocado, em grande parte, pelo aquecimento global, conseqüência de um comportamento equivocado dos próprios seres humanos.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Mobilidade urbana
O setor de transportes do Rio de Janeiro foi considerado um dos maiores desafios para a realização dos Jogos Olímpicos em 2016. Independente de qualquer conclusão do Comitê Olímpico Internacional, a população sofre na pele as dificuldades que envolvem o setor. Problemas como ônibus cheios e em mau estado de conservação, paralisação no sistema ferroviário e a falta de pontualidade nas barcas preocupam os cariocas que dependem diariamente dos transportes públicos.
É bom lembrar que os problemas no setor de transportes da cidade vão muito além da falta de empenho do poder público nas últimas décadas. Existem outros fatores importantes que contribuem para dificultar ainda mais a mobilidade de milhares de pessoas, entre eles, a má organização visível do Centro carioca, que concentra grande parte das empresas, provocando um adensamento demográfico nos transportes públicos na chamada “hora do rush”.
É certo que o Rio de Janeiro tem um longo caminho a percorrer para chegar a um ponto ideal, mas não há como negar também que o governo do estado já esteja tentando fazer alguma coisa. Em dezembro, serão inauguradas simultaneamente a estação de General Osório e a linha 1A do Metrô, apesar das controvérsias que persistem sobre ela. Além disso, alguns ramais ferroviários estão sendo recuperados e também está previsto que o bilhete único comece a funcionar até o fim do ano.
Existem ainda muitos desafios a serem superados no setor. O Crea-RJ tem cumprido o seu papel de fiscalizar o dia a dia dos transportes públicos e de promover debates sobre o tema, a fim de contribuir para que a população desfrute de maior conforto na volta para a casa.
É bom lembrar que os problemas no setor de transportes da cidade vão muito além da falta de empenho do poder público nas últimas décadas. Existem outros fatores importantes que contribuem para dificultar ainda mais a mobilidade de milhares de pessoas, entre eles, a má organização visível do Centro carioca, que concentra grande parte das empresas, provocando um adensamento demográfico nos transportes públicos na chamada “hora do rush”.
É certo que o Rio de Janeiro tem um longo caminho a percorrer para chegar a um ponto ideal, mas não há como negar também que o governo do estado já esteja tentando fazer alguma coisa. Em dezembro, serão inauguradas simultaneamente a estação de General Osório e a linha 1A do Metrô, apesar das controvérsias que persistem sobre ela. Além disso, alguns ramais ferroviários estão sendo recuperados e também está previsto que o bilhete único comece a funcionar até o fim do ano.
Existem ainda muitos desafios a serem superados no setor. O Crea-RJ tem cumprido o seu papel de fiscalizar o dia a dia dos transportes públicos e de promover debates sobre o tema, a fim de contribuir para que a população desfrute de maior conforto na volta para a casa.