quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Problemas antecipados

As famosas “chuvas de verão” chegaram mais cedo ao Rio de Janeiro. Os sucessivos temporais das últimas duas semanas causaram estragos na capital, na Baixada Fluminense e em muitas outras cidades do estado. Na estrada Rio-Teresópolis, um deslizamento de terra matou três pessoas da mesma família. Em Belford Roxo, Duque de Caxias, Três Rios e Tanguá, o excesso de chuva deixou muitas pessoas desabrigadas.

Volta a dizer aqui neste blog que esses problemas, cada vez mais precoces, são agravados por algumas situações que todos já conhecem: a ocupação desordenada do solo, a falta de saneamento básico, o despejo irregular de lixo, o desmatamento das encostas, a impermeabilização permanente das áreas urbanas, a falta de obras de drenagem, as obras de engenharia equivocadas, e que não levam em conta o meio ambiente, entre outros.

E não são apenas os centros urbanos que sofrem com as chuvas. O campo também vem sendo bastante castigado nos últimos anos. Além das enchentes no interior do estado que já destruíram plantações inteiras, os temporais também alagam as estradas, dificultando o escoamento de produtos. Tudo isso afeta os produtores e prejudica o agronegócio no estado.

A solução imediata e definitiva para as conseqüências da chuva é um desafio. Sabemos que os fenômenos naturais não podem ser evitados, mas as suas conseqüências para, nós, cidadãos, podem, sim, ser amenizadas com ações importantes, como a realização de obras de engenharia adequadas e a recuperação da cobertura vegetal das encostas e das regiões por onde passam os rios, os riachos e os canais. Um plano de macro e micro-drenagem só funcionará se for feito tendo por base as bacias e, principalmente, as micro-bacias hidrográficas que implicam, em muitos casos, diversos municípios simultaneamente.

Os projetos precisam sair do papel, pois as catástrofes não esperam e não marcam data. E não é só. As pessoas também precisam ter em mente que os alagamentos têm relação direta com as atividades humanas. Por isso, também cabe a cada um de nós vigiar as próprias ações para evitar prejuízos e tragédias.

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