As famosas “chuvas de verão” chegaram mais cedo ao Rio de Janeiro. Os sucessivos temporais das últimas duas semanas causaram estragos na capital, na Baixada Fluminense e em muitas outras cidades do estado. Na estrada Rio-Teresópolis, um deslizamento de terra matou três pessoas da mesma família. Em Belford Roxo, Duque de Caxias, Três Rios e Tanguá, o excesso de chuva deixou muitas pessoas desabrigadas.
Volta a dizer aqui neste blog que esses problemas, cada vez mais precoces, são agravados por algumas situações que todos já conhecem: a ocupação desordenada do solo, a falta de saneamento básico, o despejo irregular de lixo, o desmatamento das encostas, a impermeabilização permanente das áreas urbanas, a falta de obras de drenagem, as obras de engenharia equivocadas, e que não levam em conta o meio ambiente, entre outros.
E não são apenas os centros urbanos que sofrem com as chuvas. O campo também vem sendo bastante castigado nos últimos anos. Além das enchentes no interior do estado que já destruíram plantações inteiras, os temporais também alagam as estradas, dificultando o escoamento de produtos. Tudo isso afeta os produtores e prejudica o agronegócio no estado.
A solução imediata e definitiva para as conseqüências da chuva é um desafio. Sabemos que os fenômenos naturais não podem ser evitados, mas as suas conseqüências para, nós, cidadãos, podem, sim, ser amenizadas com ações importantes, como a realização de obras de engenharia adequadas e a recuperação da cobertura vegetal das encostas e das regiões por onde passam os rios, os riachos e os canais. Um plano de macro e micro-drenagem só funcionará se for feito tendo por base as bacias e, principalmente, as micro-bacias hidrográficas que implicam, em muitos casos, diversos municípios simultaneamente.
Os projetos precisam sair do papel, pois as catástrofes não esperam e não marcam data. E não é só. As pessoas também precisam ter em mente que os alagamentos têm relação direta com as atividades humanas. Por isso, também cabe a cada um de nós vigiar as próprias ações para evitar prejuízos e tragédias.
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