quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Descarte consciente

Esta semana, uma polêmica esquentou ainda mais a discussão sobre a questão do lixo no estado do Rio de Janeiro. A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, anunciou a proibição da venda de coco verde nas areias cariocas, dando como justificativa o acúmulo de lixo nas praias da cidade, já que as cascas do coco representam 60% do volume diário de resíduos recolhido nas areias.

Apesar de já ter voltado atrás na decisão, a Prefeitura levantou novamente o debate sobre a produção e descarte de resíduos, visto que os aterros sanitários existentes, em especial o de Gramacho, já estão funcionando muito além de suas capacidades e por enquanto não existem alternativas eficientes para resolver o problema.

Independente de qualquer cenário, o coco verde não pode ser apontado como o único responsável pelo excesso de lixo nos aterros. É bom lembrar que, além de ser um alimento saudável, a fibra do coco pode ter usos diversos e cada vez mais rentáveis, se fizer parte de um bom programa de coleta seletiva. Além disso, existem muitos outros produtos que geram resíduos não biodegradáveis e que são muito mais nocivos ao meio ambiente, como as garrafas pet, os copos de plástico, os pacotes de biscoito, entre outros.

Desde o início de 2006, o Aterro de Gramacho está em situação de risco geológico, que se agrava a cada dia. A poluição e degradação do meio ambiente causadas pelos lixões afetam diretamente a qualidade de vida dos moradores da região e contribuem para a disseminação de doenças.

A solução para o problema do lixo ainda está longe de ser alcançada, mas é possível amenizar os estragos no meio ambiente e na saúde das pessoas com uma gestão mais eficiente desses resíduos. Mudanças profundas de atitudes e de educação ambiental reduziram enormemente a presença de resíduos e a poluição em muitas cidades e metrópoles em todo o mundo. A ampliação dos programas de coleta seletiva e reciclagem pode ser o primeiro passo para a mudança desse cenário no Rio, que também depende, e muito, do comportamento da própria população.

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