Apesar da grande expectativa, infelizmente a Convenção do Clima de Copenhague acabou sem resultados significativos. O principal objetivo do evento, que era produzir um documento com valor legal com metas para a redução das emissões de gás carbônico na atmosfera acabou saindo quase como um compromisso verbal dos países. Há muita discussão pela frente nesta questão, mas a decisão prática acabou ficando para a convenção no México, em dezembro do ano que vem.
Mas, mesmo sendo tratada como um “fracasso”, creio que o adjetivo para a convenção mereça ficar entre aspas. Afinal, foram obtidos êxitos bastante importantes. O primeiro é o fato de que, mesmo sem um consenso final, a cúpula no país dinamarquês não deixa dúvidas de que a preocupação com o aquecimento global e o futuro do planeta já não pode mais ser considerada secundária. O reflexo desta mudança de mentalidade pode ser quantificado pelo espaço que o evento ocupou na mídia mundial, seja nas alternativas ou na grande imprensa. O assunto vem gradativamente ganhando relevância e, a partir de agora, não poderá mais ser deixado de lado na agenda política dos governantes.
A segunda questão que saltou aos olhos de quem estava presente foi o protagonismo alcançado pelo presidente Lula, que com suas ousadas metas de redução das emissões (variando de 35% a 39% até 2020), ofuscou até Barack Obama. O presidente americano, em cuja campanha eleitoral previa uma mudança de atitude em relação ao clima, acabou decepcionando.
E por último, mas não menos digno de nota, é válido ressaltar que a grande lição de Copenhague é a importância da persistência. A mesma persistência de uma conferência que há 15 anos atrás começou pequenina, quase imperceptível aos olhos do mundo e da mídia e, hoje, se transformou num evento que atrai as maiores lideranças do planeta e atinge a dimensão dos maiores acontecimentos da Terra. É o exemplo de como precisamos lutar para alcançar nossos objetivos. E, falando na questão ambiental, do quanto os profissionais do Sistema Confea-Creas fazem parte deste processo de preservação do meio ambiente. A luta do clima deve ser encampada por todos e deve começar aqui, no Rio, nossa casa.
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