O leilão para escolher o consórcio que vai ser responsável pela construção da usina de Belo Monte, no Pará, foi realizado após muita polêmica e algumas reviravoltas. Após a desistência de um dos dois grupos interessados em participar dos lances ter desistido de participar dos lances, o governo deu uma força, incluindo nos consórcios algumas de suas estatais ligadas ao setor energético. Enquanto isso, foram realizados diversos protestos contrários à usina, além de uma intensa guerra de liminares que chegou até a tentar barrar o anúncio do grupo vencedor. Não foi fácil!
A polêmica em torno da construção da hidrelétrica, que deverá ser uma das maiores do mundo, levanta a discussão a respeito do embate entre o crescimento econômico e a preservação ambiental. Em reportagem publicada recentemente, especialistas afirmam que as usinas avançam cada vez mais nos reservatórios da Amazônia, um dos maiores mananciais do planeta. Há, inclusive, estudos sendo feitos para mapear bacias que possam ser exploradas. E que, a continuar desta forma, nosso potencial hidrelétrico poderia ser esgotado em cerca de 15 anos.
O debate entre o crescimento e a preservação não deve ser feito como se os dois conceitos estivessem em lados opostos. Belo Monte, que começará a sair do papel, pode trazer impactos importantes para a população indígena do Pará, afetando o curso e a vazão do Rio Xingu. Encontramo-nos, porém, em uma encruzilhada, uma vez que as opções possíveis são bem mais devastadoras, como termelétricas a óleo e carvão. Além disso, a sombra dos apagões que há cerca de oito anos paralisaram o a população e a economia do país estão latentes em nossa memória. Dada a importância da discussão sobre modelos energéticos para o futuro do Brasil, esta é uma excelente oportunidade para se pensar em novas alternativas que levem em conta a importância do progresso sustentável, para que o país não tenha que voltar à luz de velas.
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