quinta-feira, 9 de julho de 2009

Saneamento em questão

Um estudo sobre saneamento básico nas cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes, divulgado na última semana pelo Instituto Trata Brasil, revelou um dado alarmante: entre as cidades com piores serviços de saneamento básico, quatro estão localizadas no estado do Rio de Janeiro: São Gonçalo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São João de Meriti. Só Niterói aparece na lista das cidades que apresentaram os melhores números no atendimento de saneamento para sua população.

Na verdade, a pesquisa comprovou o que grande parte da população fluminense já vivencia diariamente: a falta de rede de esgoto e água encanada, além do acúmulo de lixo em lugares impróprios, que geram problemas em todas as dimensões, principalmente quando falamos de saúde. Dados da Organização Mundial de Saúde indicam que 15 mil brasileiros morrem todos os anos por doenças causadas pela falta de água tratada e de redes de esgoto, como a malária, a cólera e a dengue.

Esses números são inaceitáveis para um país que pretende ampliar seu poder econômico no mundo e sediar eventos internacionais de grande porte, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. A questão do saneamento básico deve estar inserida nas ações prioritárias das políticas públicas, já que a sua ausência traz muitos impactos negativos na vida das pessoas e no desenvolvimento dos municípios. Segundo a OMS, os benefícios econômicos do investimento em saneamento básico podem ser de até 34 vezes o valor investido, já que as populações adoecem menos e terão uma vida mais produtiva.

Implementar uma gestão ambiental responsável é um importante passo para amenizar esse quadro alarmante. Mas, não é só. Além de vontade política, o problema da falta de saneamento também depende de um fator essencial para ser resolvido: a mobilização social para agir, cobrar, fiscalizar e propor soluções que revertam a situação crítica nessas áreas. É preciso que o esforço seja conjunto visando à qualidade de vida de milhões de pessoas.

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